Crônicas do Cotidiano pandêmico de RegiluzVieira
As crônicas de RegiLuzVieira são muito agradáveis e podemos ler o livro todo numa sentada. Mesmo considerando que a primeira parte seja mais ágil que a segunda, que narra episódios vividos durante a pandemia e o isolamento social de 2020.
A autora deixa sua narrativa leve uma vez que sempre coloca sua crença na humanidade e no futuro. Realmente agrada e nos enche de esperança devido à atenção que a escritora oferece às boas atitudes das pessoas. Como lemos na crônica em que um rapaz deixa espalhar seus panfletos de divulgação pela Avenida Paulista num dia frio e é auxiliado por uma senhora de cerca de 60 anos e outros que passavam pela rua na agitação matinal.
É interessante pensar em como há solidariedade em dias corridos de trabalho numa cidade grande como São Paulo. Aliás, a autora deixa claro seu carinho pela cidade, que descreve com curiosidade, tanto ao detalhar os recursos e passeios culturais abertos à comunidade como ao detalhar o auxílio que desponta nos cidadãos paulistanos.
RegiluzVieira é carioca, onde frequenta a faculdade de jornalismo. E já começa entrevistando Carlos Drummond de Andrade, cuja crônica inicial narra a emoção da jovem jornalista ao conhecer escritor e poeta tão reconhecido, aliás, na própria cidade do Rio de Janeiro, que possui monumento dedicado para ele.
A autora também é uma mulher da academia, visto estudar Pós-doutorado em Administração de Empresas e Comunicação e Semiótica pela PUC/SP. Dá aulas na Universidade e realiza atividades voluntárias na arquidiocese de São Paulo, ainda na época de Dom Paulo Evaristo Arns. Sua visão da postoral pode ser conferida pelo destaque que oferece ao bem estar humano assim como pela sua crença na solidariedade bem como na empatia.
Sinceramente, seja católica praticante ou não, o importante para uma boa convivência social é auxiliar aos que necessitam e oferecer empatia a todos. Lembrando que somos seres humanos e como tais, seres sociais dos quais dependemos para nossa sobrevivência. Logo, as palavras de otimismo e respeito que a autora coloca em suas crônicas valem como lição de vida.
Livro de leitura gostosa e agradável, daqueles que merecem ser esquecidos no metrô, no banco de ônibus, nas praças, como oferta para a leitura e o deleite de nossos semelhantes. Vale a pena comprar e ler.
Publicado pela Scortecci Editora em 2021, organizado a partir do blog da autora
Boa leitura! 😉