Entrevista com a banda Vomitation • Death Metal

Entrevista com a banda Vomitation • Death Metal

Por: Elizabeth Del Nero

O Death Metal tem características marcantes, tais como a criação de ambiente musical mórbido e calibrado pelas trevas, com letras que podem retomar temas como a morte, violência, terror, batalhas épicas, carnificinas… A Vomitation segue a linha original do death metal dos anos 90, sons guturais, guitarras eletrificadas e baterias sonantes, com mais de 20 anos de estrada. Agora, retoma suas atividades de forma mais intensa e volta gradativamente os shows ao vivo.

E queríamos incluir em nosso Sons da Resistência #27 um death metal de origem, marcante e autoral. E escolhemos a banda Vomitation para esta edição. A entrevista foi feita por escrito e quem respondeu às perguntas foi o guitarrista da banda, o Marcio Manteiga, e o material recebido em 22/02/2022.

Sons da Resistência #27 – 25 de fevereiro, 19h, pela rádio Expedição CoMMúsica

Entrevista com a banda Vomitation • Death Metal
Entrevista com a banda Vomitation • Death Metal

Entrevista com a banda Vomitation • Death Metal

Primeiramente gostaríamos que você nos contasse um pouco sobre a história da banda e a transição desde os seus primórdios até agora. Também gostaríamos de saber por que você escolheu “Vomitation” como o nome para a banda?

Primeiramente, obrigado pelo espaço e oportunidade de falarmos um pouco de nosso trabalho.

Vomitation surgiu em 1999 com os três membros que ate hoje fazem parte da banda, eu Marcio Manteiga (guitarra), Adauto Xavier (bateria) e Felipe Munhoz (baixo/vocal).

O nome Vomitation surgiu através de um amigo que, certo dia, estava muito bêbado num bar. Ele foi ao banheiro que ficava no fundo, próximo ao lugar onde se empilhavam muitos engradados de cerveja em garrafa….pois e’… ele saiu do banheiro cambaleando, deu uma bela de uma vomitada e, por fim, caiu de costas derrubando um monte de engradado. Rimos da situação, o dono do bar ficou muito puto e pediu pra gente sair dali com o elemento vomitante….hhaaha. Eis que eu cheguei para o Adauto, que estava ao meu lado, apontei e disse “olha, vomitation, dá pra ser o nome da banda”. No dia seguinte, fomos ensaiar, contamos ao Felipe e então a banda foi batizada!

Mais adiante, o nome então virou uma sigla, que significa Voluptuous Orgasmatic Monstrification Infectiously Tormenting Arranged Tissues In Overnasty Noise

Qual o processo de composição da banda? Existe alguém especificamente responsável pelas letras e/ou pelos arranjos, ou cada um contribui livremente?

Cada um contribui livremente, entre riffs e letras, o que dá uma característica interessante pra banda, visto que nossas influencias são meio distintas. Eu sou da linha death metal americano, Adauto tem influencia de death metal sueco e já o Felipe ouvia muito heavy metal quando jovem e gosta também dos death metal que apresentamos a ele.

Com relação às letras, o cérebro mais criativo e’ o do Felipe, que jorra histórias e situações bizarras, influenciado por filmes de terror, suspense, porém com certo sarcasmo, temática mais gore e humor negro.

 

Vamos falar sobre o novo álbum de vocês intitulado “Sarcastic Pigs Letting Anus Totally Transfigured, Exteriorized & Ripped”. E’ o primeiro disco oficial da banda, poderia nos dar detalhes sobre esse lançamento? Qual a data para estar disponível?

Gravamos nosso primeiro álbum no início do século, em 2001, o V.O.M.I.T.A.T.I.O.N. A princípio saiu como demo, porém com o tempo, decidimos oficializar como primeiro álbum e já está no Spotify, Deezer, dentre outras plataformas streamers. Já o novo álbum, intitulado S.P.L.A.T.T.E.R. (sim….e’ uma sigla novamente!!!), começamos a nos dedicar em marco de 2021. Das nove músicas que o compõem, cinco foram feitas entre 2001 e 2004. Em 2015, criamos mais uma e então no início de 2021 surgiram inspirações e criamos três novas músicas. 

Uma curiosidade: as músicas são lançadas de acordo com a ordem em que são criadas, tanto no primeiro álbum quanto nesse novo. Então e’ possível ver o progresso que a banda toma a cada música, ainda mais por haver um hiato de anos sem fazer novos sons.

As gravações foram feitas no Refúgio Rock em Itapetininga (estúdio do baterista Adauto) e mixado e masterizado por Fernando Roma. A qualidade da gravação ficou muito boa. Está soando pesado e ao mesmo tempo muito bem definido.

Previsão de lançamento esta’ para final de Fevereiro nas plataformas streams e mídia física em Abril.

Qual a expectativa de vocês em relação ao segundo disco oficial da banda? Como vocês estão trabalhando nessa parte referente à divulgação em geração com a vossa assessoria, LBN Assessoria? 

Estamos ansiosos para poder divulgar o quanto antes. Nossa expectativa e’ muito positiva, pois tivemos uma dedicação grande desde a criação até a masterização. As músicas estão mais brutais, riffs mais pegados e sonoridade mais intensa. Certeza que cabeças balançarão ouvindo nosso álbum (“até cair do pescoço”, conforme menciona uma de nossas decomposições…rrrss).

O trabalho da LBN tem sido muito positivo. O Dhiego corre atrás de sites, matérias, eventos, procura deixar o nosso nome sempre em evidência, coisas que teríamos certa dificuldade em fazer, visto que cada membro tem seu trabalho e isso exige um tempo muito difícil de conseguir. Acreditamos nessa parceria e logo colheremos os resultados!

Qual é a relação da banda com os fãs, de maneira geral? Existe alguma dificuldade de divulgação hoje em dia, ou as novas tecnologias e redes sociais facilitam a divulgação do trabalho do artista e o contato direto com os fãs?

Procuramos nos relacionar bem com todos à nossa volta, gostamos de trocar ideias com a galera, que geralmente está mais bêbada que a gente nos shows! (justo!! Rrsss)

As redes sociais facilitam essa aproximação, sim. Hoje teu celular emite um aviso sonoro e já aparece o nome da banda que você curte postando alguma novidade em algum canal. Às vezes fazemos um networking com alguma banda que participou de um mesmo festival que a gente, elogiando e curtindo o som dos caras e isso também se torna recíproco. 

Quais são suas principais influências atualmente? Vocês têm planos de experimentar novas sonoridades no futuro?

Atualmente tenho ouvido praticamente bandas do underground nacional e tenho admirado demais o trabalho delas. Exemplos são Crypta, Zombie Cookbook, Exterminate, Chaoslace, Nervochaos, dentre outras. A qualidade das bandas brasileiras é tão boa, se não maior, que muitas das atuais bandas gringas que tenho ouvido por aí. Não ficamos devemos nada a ninguém!

Questão de novas sonoridades chega a ser um pouco relativo. Temos alguns riffs que usaremos mais adiante em novas músicas que soam mais fúnebres, outros cadenciados e inclusão de alguns solos. Isso pode mudar um pouco o que temos feito, mas sem tirar a característica de death metal dos anos 90. Agora se for pensar em instrumentos novos, como linha de teclados, dueto de guitarra, acho muito difícil, visto que somos um trio e ao vivo isso soaria diferente de estúdio.

Com a experiência no underground, quais são as lições aprendidas?

Humildade e união. Temos consciência que, apesar de mais de 20 anos de banda, passamos um grande período hibernando, podendo assim dizer, portanto, temos que voltar a reescrever nossa história, tocar onde for possível, mostrar nosso trabalho e procurar aprender mais a cada dia com nosso público e pessoas envolvidas (produtores, organizadores, zines, etc….)

Tem muita gente que se esforça demais para poder ir a um festival e apoiar não somente o Vomitation, mas sim as demais bandas presentes. Isso e’ muito importante e tem que ser dado valor! Sinergia!

Quais são os planos da banda para o futuro? Quando podemos esperar algo novo da Vomitation? 

Neste reinício, trabalho de formiguinha. Começar a divulgar o novo álbum, tocar em várias cidades de nossa região, pela proximidade. Adiante, poder sair com mais frequência para outros estados, grandes festivais e fazer turnês em todas as regiões do país. E mais adiante, como toda banda sonha, tocar na América do Sul, Europa, Estados Unidos e Asia. Sabemos que não e’ fácil, mas pretendemos chegar lá.

 

Vomitation, muito obrigado pela entrevista! Sinta-se à vontade para deixar algumas palavras para os fãs.

Quando decidimos retomar nossas atividades, estávamos em plena pandemia. De lá pra cá, passaram-se quase dois anos longe de eventos, vimos a falta que isso faz e ainda estamos vendo a dificuldade de se organizar festivais e eventos por causa disso, mesmo com grande parte da população vacinada. Temos esperança que logo tudo volta ao normal e precisamos tirar lição disso, apoiando as bandas nacionais, festivais e eventos em sua região. Mais uma vez agradecemos pelo espaço desta entrevista. Stay gore…uuurrggghhhh!!!

 

Vomitation

(A entrevista só foi possível com o apoio do Dhiego Rodrigues.)

Ficha Técnica:

Banda: Vomitation

Estilo: Death Metal 

São Paulo/Brasil

Influências: Cannibal Corpse, Deicide, Malevolent Creation, Morbid Angel e Carcass

Temática: Splatter/Gore – zumbis, doenças, humor negro e sangue escorrendo no meio de suas pernas. 

Em 2001, a banda lança uma demo que acabou virando o primeiro álbum, intitulado Voluptuous Orgasmatic Monstrification Infectuously Tormenting Arranged Tissues In Overnasty Noise (V.O.M.I.T.A.T.I.O.N.), com 7 músicas.

Durante os anos de 2000 a 2005, a banda fez alguns shows pelo interior de São Paulo, nas capitais São Paulo e Curitiba. Após isso, eventualmente algumas apresentações em nossa cidade, Itapetininga-SP.

Em 2020, a banda lançou um novo álbum, intitulado Sarcastic Penetration Letting Anus Totally Transfigured, Exteriorized and Rapped (S.P.L.A.T.T.E.R.) com 9 músicas novas, sendo as 5 primeiras músicas criadas de 2001 a 2004. 

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