Cavando Ideias – Eu na Bienal do Livro
Cavando Ideias – Eu na Bienal do Livro é artigo de Silvia Ferreira Lima em sua coluna semanal na Expedição CoMMúsica.
Estive na Bienal do Livro em São Paulo, no dia 09 de julho. Eu já tinha marcado um horário de autógrafos com a Editora Scortecci, na qual eu o publiquei. Minha tarefa foi escrever os poemas que, ao todo, são vinte e seis. Também escrevi um prefácio explicando minha produção escrita e um posfácio, explicando a ilustração da capa e do miolo, também feitas por mim. Desta forma, reuni duas habilidades que gosto de exercer desde a infância. Acho que as Letras se destacaram, uma vez que meu pai me ensinou a dar preferência aos livros mais do que às artes.
Sim, amo os livros e as bibliotecas. Visitar uma Feira do Livro é um evento muitíssimo importante e que leva horas de passeio e visita. Além da longa observação e escolha, inclusive entre as editoras que realmente oferecem bons preços nesta feira. Mas, talvez porque estivesse morando em Campinas, uma cidade onde não vejo tantas pessoas num mesmo espaço, meu primeiro sentimento foi de espanto. Eu apenas pensava: “Deus do Céu, como existe gente numa Feira de Livro!” A multidão realmente me assustou. Principalmente depois de dois anos de isolamento social e pandemia. Mesmo assim, saí de máscara. Afinal, mesmo entre os vacinados, existe muito mais gente contaminada nos hospitais desde o início deste ano, ou seja, desde abril. Logo, só tirei a máscara quando pude ficar com um certo grau de afastamento das pessoas, principalmente, das multidões. Embora tenha notado que do chão até o teto do Pavilhão de Exposições do Center Norte deve ter uns dez metros, além da ventilação.
Ainda que eu tivesse crachá de autor para entrar, passei por uma fila de mais de dez metros, e não exagero. Uma vez, lá dentro do pavilhão, entre os stands das editoras, nos corredores, só conseguíamos nos mexer quando uma fila de pessoas se dirigia para a mesma direção. Várias vezes, tive que esperar alguém dar espaço a fim de que eu pudesse tomar uma direção diferente. Quando eu entrei no stand da Editora Scortecci, encontrei espaço e senti ventilação. Uma das trabalhadoras da Editora comentou que eu poderia passear por lá e voltar em meia hora. Então, eu comentei que não tinha complexo de sardinha para gostar de ficar presa dentro de uma lata, afinal, para andar de um corredor para outro, nós nos sentíamos sardinhas.
Eu tive sorte que a Editora Pensamento, uma das que publica livros de que gosto, estivesse ao lado da Scortecci. Mesmo assim, escolhi os livros que queria e quando notei o tamanho da fila para o caixa, por isso, deixei os livros que escolhera na prateleira, e voltei para a Scortecci. Conversei com algumas pessoas da editora. Reconheci um dos autores que estaria no espaço ao meu lado, vendendo, a mesma pessoa que conheci virtualmente como gerente de marketing da editora. Então, sorrimos e nos cumprimentamos pessoalmente. Tive o prazer também de conhecer outra escritora a Maria Luiza Kuhn, de quem comprei uma doçura de livro oracular com 31 cartas e um poema referente a cada carta, com mensagens para os leitores: Flor de Abraço. Adorei a proposta; então, decidi comprar um livro seu. Do mesmo modo, decidi comprar o livro de Eliaquim Batista, uma narrativa de suspense, chamada Eu sou Yanka.
Só nos últimos minutos, comecei a conversar com o autor italiano Tommaso Squillace, cujo livro foi editado em forma bilíngue. Descobri que Tommaso era um espiritualista, cineasta e terapeuta energético, cujo Livro Foi Iluminação chamou minha atenção, justamente pela palavra iluminação. Afinal, tenho lido e visto muita coisa sobre isso, principalmente, algumas vertentes que comentam universalmente que Todos Somos Um, e que o planeta Terra, ou Gaia, como diziam os antigos gregos, trata-se apenas de um planeta num contexto de milhões de outros e que chegou o momento para o ser humano valorizar o que realmente é importante como toda forma de vida, independente da forma e função. Valorizar outro ser humano e começar a sentir que formamos um grupo com os mesmos interesses e direitos a realização dos sonhos e à espiritualidade.
Sim, tenho sonhado de forma cada vez mais concreta, com a felicidade da humanidade. A distribuição dos dons e valores a que todos têm direito. O respeito e a empatia por todos. O auxílio àqueles que sofrem. Comida e água para todos. Moradia para todos. Direito à educação e ao trabalho para todos. Pode ser comunista, mas creio que vai além disso, se realmente acreditamos em Deus, se realmente acreditamos que Deus é Amor. Cristo no Evangelho bem disso que só existem dois mandamentos, que são a mesma coisa: Amar ao próximo como a si mesmo e a Deus acima de tudo. Creio que o amor à Deus é a fé que temos em nós e na humanidade, afinal somos iguais em semelhança, somos um com o espírito santo, que é a espiritualidade. Infelizmente, há milhares de pessoas que dizem acreditar em Deus e em Cristo, mas não prestam atenção a verdadeira lei do amor.
Bom, no que se refere a mim, crio minhocas em casa, para ter adubo. Adubo minhas plantas e estou começando a fazer uma pequena horta. Reciclamos o lixo e levamos aos postos de reciclagem. Cuidamos dos nossos melhores amigos cachorros. E ensino crianças em escola pública. Fico muito feliz quando penso que faço o melhor que posso fazer e acredito neste tipo de mundo. Logo, quando li a capa do livro Foi Iluminação de Tommaso Squillace, comecei a folhear e fiquei com muita vontade de comprar. Então, o autor me contou que sua experiência individual de iluminação foi escrita em poemas e traduzida por uma conhecida. Assim, nasceu o livro. Claro que eu comprei e depois que ler, prometo fazer uma resenha.
Meu marido e minha mãe pensaram em ir à Bienal comigo, mas às oito horas da noite, do dia anterior, já não havia ingressos. Eu até descobri depois que muita gente entrava com credencial de trabalhador de editora. Por isso, a fila que enfrentei, de autores, tinha sido tão longa. Depois das cinco da tarde, voltei à Editora Pensamento, cuja fila tinha duas pessoas e levei quatro livros por R$100,00. O que compensou a espera. Comprei: O Tarô Zen, A Bíblia dos Cristais, Zen e Tao. Adorei! Depois que eu ler tudo isso, prometo resenhar.
Aperto de multidão e filas demoradas, mesmo assim vale a pena comparecer numa feira de livro. Fiz ótimas amizades entre os autores, compramos um o livro dos outros, amigos de Campinas foram até lá pedir meu autógrafo, passeei e comprei o que queria. Agora só me preocupa o valor do cartão de crédito no próximo mês. Afinal, não vivemos num mundo perfeito.