Divine Death em exclusiva na Expedição CoMMúsica
Divine Death em exclusiva na Expedição CoMMúsica. Tuca, entrevistou a banda Divine Death e o grupo conta sobre os mais de 30 anos na estrada e sua presença na cena underground brasileira. Divine Death está na programação da Rádio Tucana. Confira:
1. A Divine Death começou em 1990 e sua formação inicial contava com o vocal
do Lelei até 1991. Daí em diante, você (Markin) assume a linha de frente e
segue até hoje como vocal principal. Markin, como tem sido ser o frontman do
grupo nesses 30 anos.
R: Foram 30 anos de muita luta para manter a banda,com muita troca de integrantes, organização da vida profissional e familiar por isso o Divine Death teve um hiato tão grande entre 2001 e 2009 quando já estabilizado voltei com a banda podendo dedicar mais. Como toda banda vivi grandes momentos de satisfação, histórias ótimas e outras nem tão boas assim. Mas o Divine Death é uma parte importante da minha vida que quero manter até quando for possível.
Tocar, ensaiar e fazer shows funciona como uma grande válvula de escape desse stress que é a vida cotidiana, quando estou tocando esqueço de todo o resto e me foco apenas na banda, além do que Death Metal pra mim é um estilo de vida a ser seguido e não só um estilo musical.
2. O EP ‘Blood Sacrifice’ tem a presença marcante da guitarra do Fabio Camargo, a Mallu Handrady no baixo, André Pignolatti na bateria e o vocal destacado do Markin, colocando qualquer um no moshpit, vide faixa ‘Obscure Visions’, em particular. O Death Metal da Divine Death é claramente old school e firmemente esclarecido nas letras, contem sobre o processo criativo das letras ao longo da trajetória do grupo.
R. Tradicionalmente as letras da banda em todos os nossos trabalhos (Humam
Encarnation Sclerosis, Infected By the Church e nos dois últimos cds) sempre teve como pano de fundo temas sobre o universo da morte, ocultismo, anticristianismo e a psicopatia do ser humano.
3. Produzir uma banda independente em uma economia baseada no
empreendedorismo de ‘cada um paga com o seu’ é quase que um dilema no Brasil. Como a Divine Death organiza sua rotina financeira e as turnês. Vocês recebem algum apoio financeiro quando não estão em turnê?
R. Fora das turnês a banda é mantida com recursos arrecadados em shows e investido na produção de materiais CDs, camisas, merchant e ensaios. Infelizmente no Brasil (com raríssimas exceções ) não existe apoio algum as bandas. No underground somos nós por nós mesmos e só assim conseguimos manter a cena viva e pungente.
4. A Divine Death anunciou que está pronta para shows em 2023. O que
podemos aguardar? Pretendem vir a São Paulo?
R. Estamos com datas abertas pra nossa turnê com alguns shows já
agendados, inclusive algumas propostas para tocar em SP (Capital e interior),
estamos aguardando a definição das datas, mas já sabemos que será no
segundo semestre. Agora contamos com a assessoria da LBN Agency para a
organização da nossa tour. Contatos para shows www.lbnagency.com.br
5. A composição atual Divine Death conta a Mallu Handrady no baixo fretless.
Mallu, poderia nos contar sobre sua trajetória como baixista?
R. Comecei como baixista da banda Insurrection em 1996, em 1998
gravamos o CD Morbid Dreams of Incantation e, infelizmente, o mesmo
não foi lançado pela gravadora Poly Records que, na época, tínhamos um
contrato assinado, mas que não foi cumprido, alegando falta de verba. Em
2001, participamos da coletânea The Winds Of A New Millennium – Vol 3,
lançada pela gravadora Demise Records. Esses foram os únicos registros
que participei como baixista na Insurrection e permaneci na banda até
início de 2000. Em meados do ano 2000, continuei as atividades
como baixista na banda Vector Underfate, e gravamos um CD
Demo em 2002 e obtivemos um grande apoio do underground fazendo
vários shows de divulgação. Gravamos outro CD independente em 2003,
mas esse não foi lançado e encerrei minhas atividades na
Vector Underfate no final de 2004. No ano de 2005, fui convidada a
assumir o baixo na banda Preceptor, onde permaneci por pouco tempo
devido a problemas pessoais, mas tive a grande honra em fazer alguns
ensaios com a banda. Em 2009, a lendária banda Divine Death, depois de
um tempo em Stand-by, regressa suas atividades e me integro à banda
como baixista.
6. Mallu, gostaríamos de saber sobre sua interação com os integrantes do grupo
e as afinidades que criaram para conseguir a sintonia necessária em
apresentações ao vivo, pois você e Markin atuam juntos desde 2009 no grupo.
Como tem sido estar no Divine Death?
R. Pra mim sempre foi muito tranquilo tocar com todos os integrantes que passaram pelo Divine Death, sempre tive uma relação de amizade e respeito por todos e vice versa, o entrosamento vem com os ensaios e a partir dai começamos o planejamento pra shows escolhendo juntos o set list, a sequência das músicas que melhor se encaixam pra iniciarmos o show sem pausa nas primeiras músicas, o mapa de palco, sempre tivemos o cuidado com todos os passos pra que possamos fazer o melhor show, claro que não depende 100% da banda a aparelhagem é super importante pra que isso seja concretizado.
7. Como foi a planificação, produção e lançamento do EP ‘Bloody Sacrfice”?
R. Começou quando estávamos gravando o Full Álbum de 2020 Divine
Death, recebemos 2 capas muito foda do artista Marlon Darkness, uma na cor
azul e a outra, na cor vermelha, ficamos em dúvida em qual usar e decidimos usar as duas, uma pro Full Álbum (de cor azul) e a outra pro Ep Blood Sacrifice (de cor vermelha).
A composição das músicas foi feita em grupo e o gosto musical pessoal de
cada integrante conta muito na hora da criação, afinal, cada um tem sua
influencia e a expõe contribuindo para a feitura das músicas.
A produção gráfica ficou por conta de Vino Fernades (Vocal da banda
Insurrection) e a produção das fotos foi feita pela Wolf Studios, do nosso novo
guitarrista Joubert Thaumiel.
8. ‘Blood Sacrifice’ significa um marco de retorno para a Divine Death?
R. Na verdade, o marco da nossa volta foi o Full Álbum de 2020 intitulado Divine
Death, nele gravamos 12 músicas, sendo duas regravações do Ep Human
Encarnation Sclerosis (de 93) e duas da Demo Warrio’s Terror (de 96). Blood
Sacrifice foi finalizado em 2022 já com o novo guitarrista Fábio Camargos. Todos os dois trabalhos foram muito bem recebidos pelo público, tanto na aquisição dos cds, plataforma digitais e shows ao vivo com um feedback muito positivo.
9. Como vocês veem o cenário do Death Metal no Brasil hoje?
R. Renovado e muito ativo com vários shows, novas bandas,
profissionalização na produção de cds e shows sem nada dever as bandas
gringas. O que temos percebido em nossos shows um público mais novo e
muito afim de Death Metal e muitas caras novas. A nova geração tá vindo forte,
agitando bastante, formando uns moshs fudidos .
Formação atual Divine Death:
Markin – vocal
Mallu Handray – baixo fretless
Fábio Camargo – guitarra
Joubert Thaumiel – guitarra
Marcelo Aufrene – bateria
Assessoria Divine Death é da LBN Assessoria.