Banda Fugere lança a existencialista ‘Borras de Café’
Banda Fugere lança a existencialista “Borras de Café”. Com ares de vanguarda, o single foi gravado no Canil Recs e chega dia 14/06. Ouça aqui o novo som da Fugere e também na programação da Rádio Tucana.
São Paulo, 11 de junho de 2024 – Nascida no povoado de Areal – cidade de dez mil habitantes da região serrana do estado do Rio de Janeiro – a Fugere foi criada pelo guitarrista e vocalista Frederico Arruda como “apenas uma banda de estúdio”. O novo single ‘Borras de Café’ chega dia 14/06 e é o primeiro de uma fase mais expansiva do projeto.
Pertencente a nova cena da música alternativa que se reúne em torno do Canil Recs, em Juiz de Fora – onde Frederico mora desde 2018 – que vai desde Grisa e Roxo Camaleão, à Baapz, a Fugere conversa de diversas maneiras com seus contemporâneos, embora encontre um lugar único na maneira com que aborda os conflitos geracionais sob uma ótica poética, existencial e até surreal.
Com guitarras cobertas de efeitos que lembram um “shoegaze iluminado” em contraponto com instrumentos acústicos como o violoncelo, ‘Borras de Café’ se constroi com imagens sonoras de dias nublados ao mesmo tempo que carrega uma sensação de conflitos internos. A faixa apresenta instrumentos e timbres vivos, que se contrapõem à voz grave e profunda de Frederico e à letra que narra em metáforas as despedidas e as expectativas quebradas do autor:
“Na esfera de construção lírica, a música trata de problemas no campo dos afetos, desilusões graves e iconoclastas na esfera da amizade e, também, da despedida de pessoas próximas, seja por morte ou rompimento. Basicamente há um eu-lírico ‘sentado no divã’ em um dia chuvoso investigando-se solitariamente sobre causas e motivos dessa quebra de ícones e afetos, sobre o tempo e a morte” explica Frederico.
“Se fosse definir Borras de Café em ritmos, diria que é uma música que dialoga com subgêneros como o fuzz folk e orbita ali no que definem mais genericamente como indie rock. A música, no entanto, tem texturas brasileiras de acordes com sétima, emprestados da música mineira, uma coisa meio Beto Guedes na Página do Relâmpago Elétrico com um arranjo de cordas inspirado em Verocai e nos discos do Nick Drake.”
Frederico se une a João Gumury (violão, violoncelo, violino e viola de arco), Max Souza (bateria e percussões), Everton Surerus (guitarra), Daniel Mello (baixo) e Matheus Vieira (teclas) para agora transformar o projeto em uma banda que vai além do estúdio, também fazendo shows. Essa nova fase começa com uma leva de lançamentos, encabeçada por Borras de Café.
O single foi gravado entre Areal e Juiz de Fora, no Canil Recs (@canilrecs), produzido por Paulo Aiello (@paulo.aiello) e Everton Surerus (@everton_s), que também fez a mixagem e a masterização da faixa. Este é o primeiro de 3 lançamentos que precedem o vindouro álbum da banda, que tem previsão de lançamento para 2025.
A ideia da Fugere – nome que significa “fuga ou voo” – nasceu em 2013, por Frederico junto de alguns amigos, porém o projeto ficou em segundo plano durante as gravações dos primeiros lançamentos da banda Baco Doente. Voltando em 2019 em um formato colaborativo, a Fugere retomou os trabalhos de composição e gravação, porém ainda restrita a ser uma banda de estúdio. O EP de estreia, lançado pela Pug Records, foi gravado no começo de 2020, materializando quatro canções; em 2021, foi lançada uma demo tape com mais duas faixas.
Produto do interior (nos mais variados sentidos da palavra), a banda tem por filosofia e estética a dinâmica do deslocamento; e, entre não-lugares, fugas e voos, desliza por diversas influências como a outsider music, o folk sessentista, os sons acústicos e elétricos dos anos dourados do indie estadunidense e as nuances jazzísticas da música brasileira dos anos 70.
Acompanhe: @fugerefugere