Documentário sobre Villa-Lobos em Paris faz estreia

Documentário sobre Villa-Lobos em Paris faz estreia

Documentário sobre Villa-Lobos em Paris faz estreia em rede nacional. Com exibição inédita no canal Arte1, “Villa-Lobos em Paris” retrata período em que compositor brasileiro foi a capital francesa após a Semana de Arte Moderna 

 

Alexandre Guerra Foto: Thiago Pelaes

São Paulo, 27 de abril de 2024 – Depois da pré-estreia no In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical, o documentário “Villa-Lobos em Paris” faz sua estreia em rede nacional no dia 1 de maio, às 18h, no canal Arte1. O filme é dirigido por Marcelo Machado, com roteiro, concepção e pesquisa de Alexandre Guerra, e traz um recorte parisiense ao resgatar a trajetória do maestro, compositor, violoncelista e pianista Heitor Villa-Lobos (1887-1959), a maior referência da música clássica brasileira do século XX, que deixou cerca de 2 mil obras como legado.

O documentário é co-produzido pela Marahu Filmes e a Input, e será reprisado quatro vezes na programação do canal Arte 1 nos dias 04/05 às 22h, 05/05 às 07h, 06/05 às 19h00 e 07/05 às 13h. Além da pré-estreia no In-Edit, o filme teve duas exibições gratuitas abertas ao público no Centro Cultural São Paulo e na Cinemateca Brasileira em junho de 2023.

O Arte1 é um canal de televisão por assinatura que aborda a arte em todas as suas manifestações e linguagens. Com uma curadoria que abrange filmes, séries, documentários internacionais e nacionais, e programas especiais produzidos especialmente pelo canal, o público pode conferir a programação no site Arte1 Play.

 

Villa-Lobos na Semana de Arte Moderna de 22

Apesar da boa reputação nos meios artísticos e culturais no cenário brasileiro do início dos anos 1920, Villa-Lobos ainda era alvo de críticos ferrenhos. Tanto que na Semana de Arte Moderna de 1922, em que era o único representante da música, ele foi alvo das maiores vaias do evento. Instigado por figuras como o pianista polonês Arthur Rubinstein e o mecenas Carlos Guinle, que acreditavam que a consagração só chegaria se editasse suas obras em Paris, o “umbigo do mundo” à época, Villa-Lobos partiu para a capital francesa em 1923, iniciando uma experiência única e decisiva em sua carreira.

O documentário percorre lugares por onde o músico brasileiro passou, trazendo à tona memórias de encontros com nomes como Jean Cocteau, Andres Segovia, Arthur Rubinstein, entre outros. O filme revela como essa experiência foi importante para o brasileiro se confrontar com sua identidade, passando a buscar em suas raízes novos rumos para sua obra.

Um longo processo de pesquisa para a composição do Documentário sobre Villa-Lobos

“Uma das motivações para fazer este filme é uma questão que eu particularmente acho que os heróis brasileiros são muito negligenciados e mal tratados e não são colocados à altura que merecem, como Santos Dumont e o próprio Villa-Lobos”, afirma Alexandre Guerra. “O tempo ajuda a colocar poeira na memória dessas pessoas e precisamos tirar esse pó e trazê-los vivos”.

Alexandre desenvolve essa pesquisa há alguns anos, chegou a entrevistar Vasco Mariz, autor de “Villa-Lobos: o homem e a obra”, há cerca de seis anos atrás, quando o biógrafo completaria 93 anos. “Paris é essencial na vida e na obra de Villa-Lobos”. “E ele foi para lá justamente nos anos 20, nos chamados anos loucos, quando tudo aconteceu na cidade, tinha Hemingway, Fitzgerald, grandes artistas do mundo inteiro estavam lá nesse período”. O pesquisador visitou Paris e esteve nos locais onde o compositor viveu, visitou e as salas de concerto onde tocou.

“O processo do filme aconteceu naturalmente”, diz o diretor

“Quando o Alexandre Guerra me convidou para dirigir o documentário, eu já vinha lendo, ouvindo e pensando no Villa como tema. Aceitei de imediato e propus que ele fosse o narrador, afinal havia concebido e pesquisado a história. Passamos a trabalhar o roteiro a quatro mãos com apoio da Camila Fresca que também vinha pesquisando para uma possível biografia. É interessante pensar agora em como as coisas foram se encaixando naturalmente, pois o planejamento da produção pela Marahu/Input seguiu precisamente esse roteiro. O maior desafio era dar vida ao exíguo material de arquivo que tínhamos, sendo que não havia nenhuma cena filmada e pouquíssimos registros da passagem do Villa por Paris nos anos 20”, conta Marcelo.

 “O Alexandre já havia feito uma viagem de pesquisa para Paris e tinha a maior parte das locações marcadas. Eu trouxe o Rinaldo Martinucci (fotógrafo) com quem já vinha trabalhando e o Rodrigo Leão (diretor de arte) que propôs o dispositivo dos ‘top-views’, além de outras estratégias como os adesivos e o flyer. Ficamos vendo juntos os filmes do Wes Anderson como referência. Eles tinham um belo equilíbrio entre o clima retrô e a nossa vontade de trazer a música para os tempos atuais”, conta o diretor.

Marcelo Machado

Em 1981, logo após formar-se em arquitetura, Marcelo Machado fundou a produtora Olhar Eletrônico. Em 1983, ganhou o prêmio de Melhor Vídeo no Festival Videobrasil com Marly Normal. Em 1988, assumiu a direção de programação da TV Gazeta, onde lançou o TV MIX. Dois anos depois foi convidado para a direção de programação da MTV Brasil. Em 1992, migrou da televisão para a publicidade, passando a chefiar o departamento de rádio, televisão e cinema da agência DPZ. No ano 2000 deixou a agência para se dedicar à direção de documentários e musicais, tendo feito uma temporada da série Música Brasileira, no canal a cabo Multishow, e produzido o documentário “Drum In Braz”, pela MTV Brasil, em 2001. Em 2005, co-dirigiu o documentário de longa-metragem “Ginga – a alma do futebol brasileiro”, distribuído pela Paramount. Em 2006, dirigiu o documentário “Pure Spirit of Brasil”, com exibição internacional; em 2007, o documentário “Oscar Niemeyer – O Arquiteto da Invenção”, pelo canal GNT; em 2008, o documentário “Viagem ao Anhui – China”, pela TV Cultura; em 2009, o documentário “O Apito do Trem TV”, pelo mesmo canal. Também foi diretor do musical “300 Anos de Piano” para o Selo SESC. Em 2011, foi a vez do documentário “O Sarau” e, em 2012, do documentário musical de longa-metragem “Tropicália”, premiado e distribuído internacionalmente. Em 2013 fez “Olhar, Pensar, Aprender” para o SESC TV e “Trilhos da Memória”. Suas produções mais recentes incluem “O Piano que conversa” (2017), “Com a palavra, Arnaldo Antunes” (2018) e “A Ponte de Bambu”(2020), e ainda “O Olhar Iluminado – Guto Lacaz” de 2022.

Alexandre Guerra

Compositor especializado em trilhas sonoras, Alexandre Guerra é membro da WSA (World Soundtrack Academy). Formou-se bacharel em composição para cinema na universidade americana Berklee College of Music. No Brasil, estudou harmonia e composição com Hans Koellreutter – nome importante da vida musical brasileira durante o século XX. Suas composições vêm sendo executadas por importantes orquestras e intérpretes dentro e fora do Brasil, tais como: Sinfônica de Budapeste, Sinfônica da Romênia, Filarmônica de Montevideo, Sinfônica Nacional, Sinfônica de Santo André, Sinfônica do Espírito Santo, Experimental de Repertório, Sinfônica de Guarulhos, Sinfônica de Sergipe, e as orquestras de câmara do Amazonas, e Ouro Preto, entre outras.

Produtoras

INPUT

A INPUT é uma das principais empresas de infraestrutura audiovisual no Brasil especializada em finalização de som e música com mais de 25 anos de experiência em supervisão musical e pós-produção de som. Estamos associados a 2 programas de exportação; BM&A e BRAVI, é co-fundadora do XRBR – Hub Brasileiro de XR e já representou a economia criativa brasileira com o status de Platinum Connection no SXSW em 2015 e 5 edições consecutivas do Rio Content Market e MIPCOM @ Cannes, além de dezenas de outros eventos internacionais. A empresa assinou mais de 200 projetos audiovisuais entre longas, curtas, médias metragens e séries para Netflix, Amazon, Disney, NatGeo, Discovery, ZDF, ARTE, TV Brasil, Rede Globo, TV Cultura entre outras. Com foco no mercado internacional, participou do PEIEX em 2017 e, a partir das estratégias criadas naquele programa, possui hoje escritório próprio nos EUA e representantes associados operando na Europa e América do Sul.

Marahu

Produtora baseada em Belém do Pará, tem como foco contar histórias da Amazônia para o mundo. Desde 2015 tem se destacado no mercado regional e nacional com o desenvolvimento, produção e distribuição de diferentes projetos para salas de cinema e televisão. O primeiro longa-metragem da produtora, o documentário O REFLEXO DO LAGO (2020) teve estreia mundial na Mostra Panorama, do Festival de Berlim em 2020. A série de cultura alimentar SABORES DA FLORESTA (2020), com o chef paraense Thiago Castanho está disponível no Canal Futura e na GNT, além de licenciado para seis países na Europa e na Oceania. Atualmente está em finalização das séries OLHARES DO NORTE sobre fotógrafos da Amazônia e BAR BRASIL para o Canal Travel Box Brasil.

Ficha técnica:

Direção: Marcelo Machado

Concepção e Pesquisa: Alexandre Guerra

Roteiro: Alexandre Guerra e Marcelo Machado

Produção Executiva: Fernando Segtowick, Mario Di Poi e Thiago Pelaes

Direção de Produção: Fabio Dellore

Direção de Fotografia: Rinaldo Martinucci

Montagem: Nani Garcia

Direção de Arte e Ilustrações: Rodrigo Leão

Música: Heitor Villa-Lobos

 

Serviço

Documentário sobre Villa-Lobos

Villa-Lobos em Paris, de Alexandre Guerra e Marcelo Machado

Exibição nacional no canal Arte1

Dia: 01/05 às 18h

Reprises: 04/05 às 22h

05/05 às 07h

06/05 às 19h

07/05 às 13h

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