Baixaria Sonora – Sessão Nostalgia: Insanas Noites da Tequila Baby no Bar Opinião
Baixaria Sonora – Sessão Nostalgia
Jean Paz escreve a coluna Baixaria Sonora todas as terças-feiras e em seu blog, também Baixaria Sonora
Houve um tempo em que o bar Opinião era pequeno para comportar o entusiamo juvenil dos fãs da Tequila Baby.
Aproximava-se a virada do milênio e a banda estava no auge.
Após um primeiro disco que acabou se tornando um clássico do rock gaúcho, a banda lançava seu segundo trabalho, intitulado “Sangue, Ouro e Pólvora”.
A música de trabalho era uma voadora no peito, com uma melodia de fácil assimilação e um refrão grudento, chamada “Velhas fotos”.
Nosso roteiro era sempre o mesmo: sair do trabalho, comprar vinho vagabundo, desembarcar no centro e subir a Marechal e descer até a José do Patrocínio.
Antes do show, reencontros com amigos, punks, com o pessoal do fã clube (por onde andarão Jessica e Joana? Dulces Veigas de madrugadas geladas e hot dogs acebolados) e com algumas pessoas que desejávamos nunca mais encontrar.
Antes do show, enquanto os telões exibiam vídeos de clássicos do rock, circulávamos pelo Opinião procurando sorrisos e olhares que pudessem garantir um bom final de noite.
Então o show começava.
Quatro fãs de Ramones em cima do palco.
Centenas de fãs de Ramones na plateia.
1…2…3…4…. Tequila!
O show já começava pra cima, como tinha que ser. Só petardos sonoros. A banda tinha o público nas mãos. Tinha músicas eletrizantes, tinha presença de palco e esbanjava carisma.
Éramos todos bem-vindos à roda punk.
O show durava em média uma hora. A banda tocava seus dois álbuns, alguns covers de Ramones e fazia valer os R$5 do ingresso.
Se bem que presenciar a banda tocando “Sexo, algemas e cinta-ligas”, “Modess punk rock”, “Sexo Hc” e “Prefiro sua mãe”, com sua formação mais explosive, não tinha preço.
Exorcisávamos nossos demônios e nossas angústias juvenis, chutando o traseiro de quem estivesse na nossa frente, enquanto perdíamos carteiras, tênis, relógios…
Mas saíamos felizes, sorridentes e aliviados.
Vagávamos como zumbis pelo centro de Porto Alegre, dormíamos no ponto de ônibus e depois enfrentávamos uma ou duas horas de viagem até Alvorada, Gravataí ou Viamão.
E o tempo passou.
A Tequila mudou sua formação, lançou novos discos, gravou com o Marky Ramone, passou por altos e baixos e está na ativa até hoje.
Não moramos mais em Alvorada, nem em Gravataí e nem em Viamão.
E aqueles shows no Bar Opinião hoje são apenas lembranças.
Mas continuamos bebendo vinho vagabundo.
E não perdemos a chance de vagar pelas madrugadas geladas atrás de emoções baratas.
Para saber mais sobre a Tequila, acesse: http://www.tequilababy.com.br