Cavando Ideias – Feres Lourenço Khoury
Cavando Ideias – Feres Lourenço Khoury é artigo de Silvia Ferreira Lima em sua coluna semanal na Expedição CoMMúsica.
Meu assunto é o trabalho do maravilhoso artista, gravador e professor Feres Lourenço Khoury, por isso, meu curto comentário, embora eu seja grande admiradora de sua obra. Como gravador e como desenhista, adoro seus traços sobre o metal (fazendo uso especial da ponta seca, enquanto eu gosto de utilizar ponta seca e buril) bem como a mistura de tinta acrílica com lápis de cor e pastel em seus desenhos abstratos (criando nuances de cor esfumaçadas, mais densas em alguns pontos e mais suaves na maior parte). Ainda mais, quando elabora cadernos ou livros de artista com diversas estruturas e materiais. Seu trabalho é um grande exemplo para mim. Daí eu escolher escrever sobre ele.
Feres Lourenço Khouri nasceu em Urupês, São Paulo, 1951. Filho de pai libanês e mãe brasileira, filha de libaneses. Por isso, a cultura árabe fez um papel determinante em sua formação como artista. Morou vários anos em Catanduva e sempre gostou de arte. Estudou Arquitetura na FAU/USP, onde hoje exerce o cargo de professor. Conviveu com figuras importantes da gravura, a manifestação artística para a qual dedicou maior tempo, tal como: Renina Katz e Rubens Matuck.
Foi membro e fundador da Editora João Pereira, juntamente com Luise Weiss e Rosely Nakagawa, cujo objetivo era facilitar a tiragem limitada de gravuras originais. Algumas de suas obras publicadas pela editora foram os álbuns:
- 11 Gravuras (1979);
- 5 Litografias (1981);
- Círculo das Coisas (1982);
- 5 Xilogravuras (1988)
- Álbum Comemorativo (1989).
Seu primeiro prêmio foi na 8ª Mostra de Gravura da Cidade de Curitiba em 1988. Em 1991, foi orientando de Regina Silveira no mestrado na ECA/USP, onde também fez o doutorado em Poéticas Visuais.
Já criou obras sensacionais, porém as de que eu mais gosto são suas gravuras em metal e seus cadernos de artista, com desenhos e tinta acrílica. Como artista, Feres é um modelo a ser seguido por mim. Principalmente, pela minha atenção especial à gravura e aos cadernos de artista.
Aprecio seus desenhos com formas geométricas, muito usados sobre metal com ponta seca (onde não utiliza cor, mas claros e escuros) e seus cadernos de artista (em que utiliza formas abstratas com tinta acrílica, lápis de cor e pastel). São realmente meus prediletos, os ‘Kinográficos’ (grandes pinturas sobre papel expostas em rolos que podem ser mobilizadas) como as expostas na Caixa Cultural em 2017. Ou ainda como ‘Albedo’ (1996) na Enciclopédia Itaú Cultural. Gosto também de sua ‘Homenagem a Ítalo Calvino’ (2001, dimensão 160x110cm, desenho em acrílica, lápis de cor e pastel sobre tela), também constante na Enciclopédia Itaú Cultural. Finalmente, seus cadernos de artista, como os expostos em ‘Desenhos na Mesa’ em 01/07/2022.
Sou grande admiradora de seus trabalhos, mesmo porque adoro fazer gravura, inclusive gravura em metal (que tenho praticado mais recentemente), afinal, ele é reconhecido como um mestre da gravura em metal em branco e preto. Da mesma forma, amo seus desenhos abstratos coloridos em que abre mão das figuras geométricas. Acho bem interessante sua utilização de tinta acrílica, lápis de cor e pastel para sua execução. Se eu pudesse, compraria qualquer um dos seus trabalhos e ficaria admirando por horas a fio todos os dias. Mas infelizmente, mesmo as fotografias de suas imagens, encontradas no Google, não mostram os detalhes da beleza para o leitor observar. Por isso, coloquei os links abaixo.
Tenho grande estima por seus trabalhos, conforme já mencionei. Sendo assim, peço que verifiquem os links para conferir o que eu digo. E também vale a pena seguir suas postagens no Instagram.
Desejo que ele possa continuar produzindo objetos tão maravilhosos e que ainda possamos conversar sobre seus desenhos e as gravuras em metal.
Referências:
https://www.instagram.com/fereslourencokhoury/
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra7847/homenagem-a-italo-calvino
https://laart.art.br/blog/feres-khoury/