A banda Clandestinas respondeu às nossas perguntas em entrevista a distância
CAMILA GODOI (contrabaixo & voz)
NATALIA BENITE (bateria & voz)
Confira aqui o que a banda pensa a respeito das atividades durante a pandemia, sobre a presença das mulheres na gestão e como atuam em grupo.
Como estão os ânimos na pandemia?
Nós estamos nos protegendo o máximo possível e cuidando das nossas saúdes mentais. O acolhimento aos vários sentimentos que nos vêm, durante este momento histórico tão complexo, tem sido essencial para enfrentarmos os momentos mais difíceis e nos fortalecermos. Do ponto de vista musical, nós estamos investindo a nossa energia e tempo em experimentações sonoras, individuais ou coletivas, e na composição de novas canções.
Como se dá o processo criativo da banda? Avalie a presença das mulheres no trabalho da banda: quantas mulheres participam da equipe? O regime de gestão é mais horizontal ou mais vertical?
Nós trabalhamos de forma horizontal e coletiva, com cada integrante participando, no seu ritmo e tempo, das tomadas de decisão gerenciais e nas criações artísticas. E o que vimos aprendendo, nestes anos, em conjunto, é o quanto a escuta atenta e acolhedora é essencial para que nós possamos aprender, juntas/es, o “como fazer coletivamente”.
Na gravação do álbum, nas produções do clipe da canção “Nenhuma a menos” e do lyric video da canção “Rotina” e em nossos shows, nós buscamos sempre agregar, como parceiras/es, em nossas equipes técnicas, mulheres e pessoas não-binárias.
E a quantidade de pessoas envolvidas depende do tipo de produção: em nossos shows, a nossa equipe técnica é formada por quatro mulheres (técnica de som, roadie, técnica de iluminação e técnica de projeções mapeadas). Já o clipe de “Nenhuma a menos” envolveu a participação de dezoito pessoas (mulheres e não-binárias) entre artistas e equipe técnica.
Que mensagem vocês mandam para as mulheres neste dia 8 de março?
Nós acreditamos que seja muito fortalecedor lembrarmos, sempre, de que somos uma rede e que, aos poucos, estamos reaprendendo como atuar em rede neste contexto da pandemia. Então, é muito importante, dentro da realidade de cada mulher, nos acolhermos, mantendo os nossos contatos através da internet e termos a certeza de que, juntas, vamos resistir e lutar pela construção de uma sociedade mais justa, pelo fim do patriarcado e do capitalismo, que alimentam todas as formas de opressão.
Portfólio da banda Clandestinas