Estação Black – O MC Jack está aqui também !

Estação Black – O MC Jack está aqui também !

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Por Marcelo Kurts

Em 2 de novembro de 1989, era lançado pelo selo Eldorado o primeiro LP dedicado à cultura urbana do Brasil, Hip Hop Cultura de Rua, uma coletânea musical com vários personagens, que mais tarde se tornariam grandes ícones do movimento.

Desse disco surgiram nomes como DJ Hum, Rooney Yo Yo, DJ Ninja, Thaíde e MC Jack, que trilharam pela história, mantendo-se ativos até os dias atuais.

MC Jack fotografado por Cadu Edu

Jack que teve duas faixas gravadas nessa coletânea é o personagem de hoje no Estação Black.

Jackson Moraes ou MC Jack é um dos mais conceituados artistas em atividade no Brasil e pode ser considerado a evolução do elemento na cultura Hip Hop.

Iniciou suas atividades no ano de 1984, dançando break no centro de São Paulo ao lado de Nelson Triunfo. Na época em que dançava, fez parte das crews – equipes de dança – Nação Zulu e Crazy Crew, uma fase de aprendizado para Jack, que começou a fazer rap batendo em latas de lixo da estação São Bento do metrô.

Com a produção de Dudu Marote, em 89, gravou as faixas Centro da cidade e Calafrio (melô do terror), que obteve grande aceitação no país fazendo com que o rapper saísse em turnê pelo país. Teve também o rap Cidade Maldita como tema de abertura do seriado Capitães de Areia, exibido pela TV Bandeirantes de SP e sua outra música, Vício, foi sampleada por artistas como Gabriel o Pensador, Planet Hemp e Quinto Andar.

Estação Black - O MC Jack está aqui também !
DJ Kurts e MC Jack na Estação São bento

O grupo Sampa Crew deu uma nova roupagem em Centro da cidade, sendo MC Jack o primeiro MC brasileiro a ter uma canção regravada por outro artista.

No começo dos anos 90, Jack gravou pela equipe Kaskatas a faixa A real  e foi um dos produtores da coletânea Equipe Gallote com DJ Raffa e Paulinho Boy. Por questões contratuais com a gravadora Eldorado, não poderia usar seu nome artístico, adotando então o codinome Dr Hype Bass, além de participar do grupo Radicais do Peso. Nessa mesma época, interessou-se pela arte dos toca-discos e iniciou seus treinos, com apenas seis meses de habilidade se inscreveu em um campeonato nacional de DJs e, para grande surpresa, conseguiu ficar entre os 10 finalistas.

Em 1991, Jack foi vice campeão brasileiro do DMC, campeonato importante para DJs até os dias atuais. Entre 92 e 95 não ocorreram disputas no Brasil, porém, ele não parou de viajar e mostrar suas habilidades pelo país fazendo performances e tocando em festas destacando-se bastante na noite de Santa Catarina.

Já no ano de 1996, consagrou-se campeão do DMC Brasil, o que lhe credenciou a disputar o mundial DMC World em Rimini, Itália. Com o 4º lugar conquistado, Jack tornou-se o primeiro e único brasileiro a figurar entre os 10 melhores DJs do mundo. Quem não lembra a homenagem que ele fez no DMC para Ayrton Senna morto num trágico acidente automobilístico? No mesmo ano de 96, Jack se apresentou no programa Domingão do Faustão junto com o campeão mundial DJ Noise da Dinamarca.

Um ano depois, em 97, a história se repetiu, MC Jack faturou o bi-campeonato brasileiro de DJs e 4º lugar no DMC World novamente em Rimini, na Itália.

Jack atuou também como assistente de palco do programa Viva Noite do SBT exibido todas as noites de sábado na temporada de 2007. Na mesma época, fez um remix da música Burguesia, de Seu Jorge, colocando rimas e batidas de rap.

Estação Black - O MC Jack está aqui também !

A história do DJ MC Jack mostra a evolução da cultura hip hop começando B. Boy dançando break, desenvolveu-se MC cantando Rap e se transformou em um dos DJs mais respeitados do Brasil.

Centro da Cidade

Estação Black – O MC Jack está aqui também !  – texto de Marcelo Kurts para a Expedição CoMMúsica

Expedição CoMMúsica

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