Cavando Ideias • Afrokosmos • Afrosomos

Cavando Ideias • Afrokosmos • Afrosomos

Cavando ideias • Afrokosmos • Afrosomos é artigo de Silvia Ferreira Lima em sua coluna semanal na Expedição CoMMúsica.

 

fotografia do encarte da Cia Eclipse
fotografia do encarte da Cia de dança Eclipse

 

Afrokosmos • Afrosomos é um espetáculo de dança que une cenografia, iluminação, figurino, malabarismos e vídeos. Tive o prazer de assisti-lo no Sesc Amoreira, em Campinas, e saí maravilhada do show. Apesar de relatar uma história de dominação do branco sobre o negro, também a sobrepõe, adicionando outras energias, luzes, música, a ponto de sentirmos também vontade de dançar e não apenas de chorar – o que a tragédia relatada em alguns momentos nos provoca. O interessante é colocar a superação da escravidão negra e sua beleza e força acima das dificuldades. Bem, pelo menos, foi como eu me senti, junto aos dançarinos. Na sua maioria negros, mas nem todos eles. Mostraram-se tão miscigenados quanto um bom e legítimo brasileiro. O espetáculo contou com a participação de dois artistas que fazem estágio artístico com o grupo: um francês e um holandês. Contribuições excelentes!

Afrokosmos – Afrosomos foi premiado pelo edital Proac Produção de Dança 2021-22, Secretaria do Estado da Cultura. Lindo trabalho! A premiação não foi à toa, visto que a qualidade do trabalho do grupo é bem intensa e complexa. Cito as seguir algumas características do grupo Eclipse, apresentadas pelo encarte do grupo, também muito bem feito!

A Companhia Eclipse Cultura e Arte foi criada em 2002 na cidade de Campinas-SP, tem sido premiada nacional e internacionalmente. Hoje realiza pesquisas artísticas e culturais para criação de peças artísticas, espetáculos, performances, intervenções, palestras e cursos. Por meio dos diferentes estilos/técnicas de danças ligadas direta ou indiretamente à Cultura Hip Hop, sua especialidade; assim como a capoeira, dança-teatro, ginástica acrobática, entre outras linguagens de acordo com a obra proposta.

A companhia foi atração turística, através da Funarte e Ministério da Cultura, na Copa do Mundo no Brasil, 2014, em Salvador (BA) com o espetáculo “Dança de Rua e suas Faces” e nas Olimpíadas do Rio de 2016, Rio de Janeiro- RJ, com o espetáculo “Impermanência” e organizando também uma edição especial do festival de dança “Battle Brazil” nos jogos olímpicos (www.battlebrazil.com.br).

Desde 1999, a companhia organiza o “Campinas Street Dance Festival”, não-competitivo, atualmente presente no calendário municipal da cidade de Campinas, SP. O festival teve desdobramentos criando o “Forum da Dança Urbana” e sua ramificação competitiva “Battle Brazil”. Em 2007, iniciaram a parceria com a “Battle Of The Year Worldwide”, o mais tradicional e relevante encontro de Breaking do Mundo, com sede na Alemanha, com uma rede de contatos mundiais na cena B. Boying/BGirling, na qual estamos imersos.

Não apenas isso, mas na produção de conteúdos artísticos-culturais, a companhia lançou três livros, sendo o “Dança de Rua”, pela editora Átomo, um dos principais do gênero no país. Além disso, realiza intercâmbios artístico-culturais-educacionais, destaque para projetos com a “New York University” e “Columbia University”, em New York (EUA).

Tenho uma amiga linda e inteligente que no seu lugar de fala de mulher negra sempre repete que essa história de repetir que a raça negra foi ultrajada e escravizada sem falar do seu poder na música, na dança, na literatura, nas artes em geral, significa repetir o discurso hegemônico branco racista. Por isso mesmo, sinto muito prazer em escrever valorizando cada trabalho de pessoas negras geniais que conhecemos no nosso dia a dia, como é o caso desse grupo.

No espetáculo Afrokosmos – Afrosomos, eles destacam a participação de dois professores dançarinos a Profª Drª Ana Cristina Ribeiro, a Cris – Mestre e Doutora em Artes Cênicas pela Unicamp e o Prof. Ricardo Cardoso, o Kico Brown, que trabalha com o comitê Olímpico Brasileiro e é responsável pela inserção do Breaking nas Olimpíadas de 2024. Cris e Kico foram os responsáveis pela criação da Cia Eclipse em 2002.

A Cia Eclipse está nas redes em:

site: www.eclipse.art.br

Instagram: @ciaeclipse

Youtube: Cia Eclipse

Facebook: Eclipse Cultura e Arte

Texto anterior da coluna Cavando Ideias

 

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