MindAheaD em entrevista sobre o álbum ‘6119 Part 1’

MindAheaD em entrevista sobre o álbum ‘6119 Part 1’

MindAheaD em excelente entrevista sobre o álbum ‘6119 Part 1’, revelando detalhes sobre o método de composição, como criaram a narrativa da trilogia que vai de ‘Reflections’, de 2017, passando pelo atual lançamento, ‘6119 Part 1’, e será finalizada em ‘6119 Part 2’.

 

 

São Paulo, 2 de novembro de 2022 – Metaleiros da vanguarda progressiva, o grupo italiano MindAheaD retorna em 2022 com seu segundo álbum, “6119 Part 1”, pela Rockshots Records.

A estreia se deu em 2017, com o álbum “Reflections”, também conceitual e lançado pelo selo romano Revalve Records. ‘6119 Part 1’ apresenta um som complexo, pessoal e incomum para testar os limites de suas composições, dando continuidade à narrativa de ‘Reflexions’, pois estende a história de 6119, a personagem principal, através de uma viagem surreal e onírica, sempre equilibrada entre o espaço físico e o reino da mente. Preso nesse caleidoscópio onírico, ele segue sem se importar com as consequências, esperando encontrar no final da jornada (a “Parte II”, atualmente em produção) o motivo pelo qual tudo isso está acontecendo com ele.

Mesclando aspectos diferentes, às vezes opostos, do sentimento humano, reunindo-os em uma proposta musical colorida e pessoal, que tem suas raízes em influências que vão do prog 70s ao death metal, a banda explica o novo álbum com mais detalhes:

“Este álbum é um conceito realizado com o objetivo de contar uma história que atravessa a linha entre a ficção científica distópica e a investigação psicológica da mente humana, por isso a música e a letra foram criadas para atingir esses objetivos, propondo uma experiência completamente imersiva. Gostaríamos que o ouvinte pudesse fazer uma pausa no mundo real e entrar em outra dimensão, distante, mas ao mesmo tempo conhecida, não estranha, mas quase familiar. O ouvinte deve seguir apaixonadamente os eventos de ‘6119’ em sua busca interna e externa pela realidade, em uma história que começou no álbum anterior ‘Reflections’ e terminará no próximo lançamento da banda, para completar uma trilogia narrativa.”

Track Listing ‘6119 Part 1’:
1. Prologue – 2:00
2. Burning Horizon – 5:24
3. Dancing In The Desert – 17:06
4. What You Are – 6:38
5. The Last Tide – 4:40
6. Beautiful Mistake -6:29
7. Innocence – 2:36
8. At The Gates Of Night Part I (The Old Poet) & II (At The Gates) – 9:05
9. At The Gates Of Night Part III (Lost In The Loop) – 3:12
Album Length: 57:14

Três faixas do álbum já receberam videoclipe e todo o material audiovisual pode ser conferido no canal Youtube da Rockshot Records.

Para ouvir ‘6119 Part 1’ no Spotify:

 

Confira a entrevista com a MindAhead sobre o álbum ‘6119 Part 1’

 

Por que vocês formaram a banda? Como surgiu a ideia?

Nicola – Originalmente, a necessidade era não perder a expressiva herança acumulada nos anos 90 através das experiências de alguns integrantes da banda, mesclando influências musicais também bastante distantes umas das outras. Em particular, gostaria de recuperar, revisto em tom mais moderno, o que havia proposto com minha antiga banda, a Hellrage, uma banda técnica de death metal melódico que tinha uma notoriedade discreta na época e que, já naqueles anos, introduziu elementos não estritamente referentes a um gênero musical extremo. Posteriormente, essa primeira versão embrionária da banda foi transformada seguindo a definição do line-up, tentando abraçar as várias influências introduzidas pelos novos membros. Continuamos convictos de que essa é uma boa forma de expressar, de forma pessoal e criativa, as multifacetadas necessidades artísticas da banda, recriando musicalmente situações, emoções, histórias e o que mais quisermos contar.

 

Como você descreveria seu som em cinco palavras?

Kyo – Sem limites, Estruturado, Melódico, Multifacetado e Camaleônico.
Matteo F. – Multifacetado – Som completo – Melódico – Cativante – Complexo

Seu próximo álbum, ‘6119 Part 1’, como você acha que será recebido pelos fãs?
Matteo F. – Obviamente, espera-se que seja recebido com entusiasmo pelos ouvintes, principalmente porque não marca uma ruptura nítida com o passado, mas representa a evolução normal do que foi proposto e apreciado anteriormente, com a diferença, no entanto, de ter sido realizado com melhores meios técnicos e, sobretudo, maior consciência, experiência e sentimento entre os membros da banda.

 

Que tipo de experiência auditiva está tentando dar aos fãs com este álbum e os seus singles?

Matteo F. – O álbum é um conceito realizado com o objetivo de contar uma história que atravessa a linha entre a ficção científica distópica e a investigação psicológica da mente humana, por isso, a música e a letra foram criadas para atingir esses objetivos. Gostaríamos que a experiência de audição fosse completamente imersiva. Gostaríamos que o ouvinte pudesse fazer uma pausa no mundo real e entrar em outra dimensão, distante, mas ao mesmo tempo conhecida, não estranha, mas quase familiar. O ouvinte deve seguir apaixonadamente os acontecimentos de ‘6119’ em sua busca interna e externa pela realidade, em uma história que começou no álbum anterior, ‘Reflections’, e terminará no próximo lançamento da banda, de modo a completar uma trilogia narrativa. Certamente, o álbum é destinado a um ouvinte atento, maduro, curioso e não superficial, que está disposto a embarcar nessa jornada conosco através da música, letras e até gráficos (por exemplo, do encarte). Isso não significa ser muito complexo ou inaudível. Nesse sentido, os singles que foram lançados representaram um bom compromisso entre usabilidade para o ouvinte e representatividade do álbum e da banda.

 

Como é o processo de composição da banda?

Nicola – Eu costumo fazer um rascunho de composição baseado em riffs de guitarra, teclados e algum tipo de bateria, só para ter uma noção de como a música ‘soa’. A proposta é apresentada na sala de ensaios e projetada, discutida e, eventualmente, reelaborada pela banda, consoante as necessidades e gostos de cada um, num processo de aperfeiçoamento capaz de satisfazer todas os componentes. Obviamente, quaisquer arranjos dos integrantes da banda e, sobretudo, os vocais adicionados como etapa final da composição, podem propor novas e alternativas soluções a serem avaliadas em conjunto. No entanto, não existe uma regra fixa na criação de uma de nossas músicas.

 

Algum dos membros da banda é conhecido na cena local por alguma participação em outra banda?
Nicola – Como mencionei anteriormente, nos anos 90 fiz parte do Hellrage, uma banda bastante conhecida nacionalmente, com a qual fiz algumas gravações que chamaram a atenção do público. Mais tarde, me juntei à Athena, de Fabio Lione, a quem também acompanhei em uma turnê européia. Nos últimos anos, me juntei ao Deathless Legacy, primeiro como guitarrista substituto em vários shows ao vivo e, atualmente, como baixista. Os outros membros da banda também têm formação em bandas conhecidas localmente (Exsecror, Icon, etc.) e alguns deles ainda estão em bandas ativas (por exemplo, Guido com Room6 ou Sandro em vários projetos musicais, incluindo um coral gospel).

 

Como vocês decidiram as faixas para o álbum ‘6119 Part 1’? Quanto mais música os fãs podem esperar?

Matteo F. – Esta é uma pergunta a que estou particularmente grato por responder. Após o lançamento e promoção de ‘Reflections’, estávamos muito animados para começar com uma nova composição de material para o novo lançamento, deixando-nos guiar pela história que queríamos contar. Ao final desse processo, quando chegamos a um acordo com as músicas que fizemos, percebemos que criamos muita coisa e o álbum, como o havíamos concebido, seria muito longo, tanto que não poderia ser empacotado em uma única versão. Por isso, decidimos dividi-lo em dois lançamentos, dos quais estamos lançando agora a primeira parte.

 

O que as pessoas podem esperar ao vivo da sua banda em comparação com outras bandas?

Matteo F. – Acredito que a experiência ao vivo de uma banda deve ser diferenciada da experiência de gravação pelo contato físico que deve ser estabelecido com o público e pela sensação calorosa que a banda deve transmitir no palco. Claro que o desempenho técnico não deve ser reprovado, mas acho que um pequeno erro é melhor do que um desempenho maçante e frio. O objetivo da banda é repropor o álbum na íntegra, possivelmente do começo ao fim, tentando recriar as atmosferas e dinâmicas presentes na gravação e, possivelmente, complementando-as, sempre que possível, com elementos visuais que ajudem o espectador a mergulhar na nosso mundo.

 

De onde vêm suas letras? O que inspira sua escrita?

Matteo F. – Acho que a inspiração para nossas letras tem uma natureza dupla, que é uma característica recorrente da banda, inclusive o nome. Por um lado, estamos interessados ​​em contar uma história, dando rédea solta a uma necessidade narrativa, movendo personagens fictícios em locais e situações principalmente de ficção científica. Por outro lado, os mesmos personagens, locais e eventos narrados são metáforas da realidade, que nos dão uma forma de expressar nossa opinião sobre as questões que acontecem ao nosso redor, que nos permitem investigar o pensamento humano, a natureza e o comportamento, as emoções, os sentimentos, medos do indivíduo, reais ou imaginários, em relação à sua moral, instintos e condicionamentos psicológicos e culturais.

 

As músicas são um esforço colaborativo?

Matteo F. – A partir do rascunho inicial, geralmente proposto por Nicola, toda a banda participa da redação final da peça, contribuindo em parte para modificar a estrutura e, obviamente, os arranjos da própria parte. Claro, há casos em que esse processo criativo pode ter se originado da ideia inicial de algum outro membro da banda ou ainda de outros em que a redação e o arranjo de uma música fizeram com que um membro da banda a afetasse predominantemente sobre os outros.

 

A banda tem um compositor principal?

Kyo – Como mencionado, normalmente as músicas surgem de uma ideia, riff ou composição estendida atribuível à criatividade do guitarrista Nicola, mas sem uma regra fixa. Mais tarde, a música é retrabalhada e reorganizada pela banda.

 

Como a música afeta as letras e vice-versa?

Nicola – O processo de escrita e composição tem uma natureza mutável: às vezes nossa música influencia as letras e às vezes acontece o contrário. Tudo depende da situação e de como nos sentimos sobre aquele tema ou assunto em particular. No caso específico de “6119 Part I”, sendo um conceito que se origina de nosso álbum anterior, “Reflections”, e terminará em nosso terceiro álbum, primeiro escrevemos um assunto ou enredo, no qual baseamos todo o conto, e depois acrescentamos a parte musical, mantendo bem em mente o que estávamos propondo inicialmente.

Sandro – A escrita de uma letra costuma estar intrinsecamente ligada à escrita da música. Embora o conceito, as figuras retóricas gerais e a história já possam estar presentes na forma de notas ou ideias escritas, a redação final ocorre estritamente na sala de ensaios. Dessa forma, música e letra servem uma a outra, dando importância primordial apenas à narrativa. A peculiaridade de serem dois vocalistas, então, influencia muito a escrita das letras, ou pelo menos a sua “música”. Através de harmonizações, repetições, embelezamentos e outros adornos, poderíamos enfatizar partes do texto, dando-lhes mais ênfase, entrelaçando frases ou camadas, e assim o texto pode ter mais versatilidade mesmo na fase de escrita. Para “6119 – Partes I e II”, a estrela norte absoluta a seguir foi a história. O conceito característico desse álbum nos levou a criar músicas e letras apenas baseadas na história que queríamos contar. Normalmente, improvisando ou trabalhando em uma ideia, conseguimos encontrar um som consistente com o enredo e a emoção, mas também aconteceu que uma grande parte ou uma música inteira surgiu espontaneamente e longe do ensaio, e ainda utilizados com o propósito de compor esses dois álbuns (o atual e o próximo). Não existe regra ou hábito, tudo o que é necessário e tem o “sentimento” desta história, tem prioridade, mesmo sobre o gosto musical individual.

 

Como você descreveria a evolução do som da banda?

Nicola & Kyo – A evolução da banda começa com o crescimento pessoal de cada um de seus integrantes. Temos trabalhado em paralelo com nosso conceito e som, trabalhando muito com vocais, harmonias e focando no que achamos que são nossos pontos fortes, para que possamos aproveitá-los ao máximo, tentando manter nossa natureza “progressista”, mas, ao ao mesmo tempo, tentando torná-lo mais imediato e cativante para os ouvintes.

 

Cite as 5 principais influências da banda e outras 5 com as quais o público os identifica e pode, quem sabe, comparar

Nicola & Matteo F. – Sendo uma banda de seis pessoas, não é fácil poder citar todas as bandas que nos influenciam na escrita de nossa música, porém, entre as mais queridas entre nós estão definitivamente bandas como Opeth, Ayreon, Haken, Katatonia e, em alguns aspectos, até bandas como Pink Floyd. No que diz respeito às possíveis semelhanças com outras bandas, esperando não ser presunçoso, achamos difícil apontar alguma, pois as influências são muitas e se misturam para formar uma proposta difícil de comparar a uma banda específica. Provavelmente, se fizéssemos essa pergunta para 100 pessoas, receberíamos 200 respostas diferentes.

 

Quais gêneros de metal mais influenciam vocês como banda?

Nicola & Matteo F. – Nossa maior influência se encontra no progressivo dos anos 70, principalmente como um tipo de abordagem e atitude, chegando então às suas expressões mais modernas. Nós nos divertimos, no entanto, pegando pistas de outros gêneros também, sem nos restringir.


MindAhead está no Mapa da Expedição CoMMúsica

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