Wang Zhenyi é tema de “Lorota na Ciência”

Wang Zhenyi é tema de “Lorota na Ciência”

 

Wang Zhenyi é tema de “Lorota na Ciência”. Wang Zhenyi: considerada uma das mentes mais brilhantes da história da China, astrônoma é tema de “Lorota na Ciência” neste sábado. Projeto idealizado pela atriz Lori Moreira usa a palhaçaria para mostrar à criançada a importância de mulheres que marcaram a ciência, como no caso da astrônoma chinesa, conhecida pelas descobertas pioneiras sobre eclipses solares.

 

Sala com mesa, geladeira e estante laranjas. Uma mulher palhaça com capa amarela.
Crédito foto: Lina Mintz

 

São Paulo, 19 de agosto de 2023 – Atriz, palhaça e produtora cultural, Lori Moreira é a cabeça pensante da Cia Caxangá, que apresenta neste ano a inédita web série “Lorota na Ciência”. Misturando palhaçaria e audiovisual, o projeto reúne 12 episódios voltados ao público infantil, nos quais a palhaça Lorota e Loreta, seu alter ego cientista (ambas interpretadas pela artista mineira) aprendem, entre brincadeiras e risadas, ensinamentos de ouro com mulheres que mudaram a história da ciência em diferentes áreas de atuação, lugares do mundo e gerações.

Realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, com patrocínio da MGS, o projeto estreou em julho e já lançou gratuitamente, até agora, sete episódios. O oitavo lançamento acontece neste sábado, 19/8, às 11h, no canal da Cia Caxangá no YouTube, e aborda a história da chinesa Wang Zhenyi (1768-1797), cientista, astrônoma, matemática e poetisa da Dinastia Qing.

Considerada uma das mentes mais brilhantes da história da China, ela quebrou muitas das tradições feudais de seu tempo, que impediam as mulheres de alcançar muitos objetivos. Zhenyi foi a primeira pessoa que se tem conhecimento a criar um modelo explicativo para o funcionamento de eclipses solares, além de publicar cinco livros sobre cálculo antes dos seus 25 anos, tendo morrido com apenas 29 anos. 

 

 

“Lorota na Ciência”

Os vídeos são uma aposta de Lori Moreira para criar novos diálogos entre a palhaçaria e o audiovisual, aproximando essa arte milenar de uma linguagem popular e contemporânea da televisão. A proposta tem inspiração direta no famoso programa de TV americano “O mundo de Beakman”, sucesso nos anos 1990 por apresentar uma linguagem inovadora a partir de experimentos químicos divertidos e nada convencionais para ilustrar conceitos da natureza. 

“Nas pesquisas que fiz para o projeto, percebi que a palhaçaria no audiovisual era algo incomum, pouco explorado. Na websérie, a gente brincou com alguns recursos da palhaçaria, dentro da perspectiva do audiovisual. Por exemplo, a partir de uma linguagem que fala direto com a câmera. Não é igual ao cinema, quando raramente atores olham para a câmera. Por isso, este projeto se aproxima mais de um programa de TV com contação de histórias, em um universo onde as palhaças-cientistas Loreta e Lorota são praticamente íntimas das cientistas que apresentam às crianças, falando delas como se fossem amigas”, diz Lori. 

Com linguagem cessível e divertida, sob direção de Ronaldo Aguiar e com roteiro de Luíza Fontes, o enredo da web série é conduzido por um universo mirabolante, no qual a palhaça Lorota consegue se conectar com seu alter ego, a cientista Loreta, que mora em outra dimensão. Juntas, a cada episódio de aproximadamente 20 minutos, as duas trocam curiosidades sobre descobertas e biografias de 12 importantes mulheres que impactaram a humanidade, para além da ciência de laboratório.

Entre as histórias selecionadas, há narrativas da famosa cientista Marie Curie, primeira mulher a vencer um Prêmio Nobel por suas descobertas sobre a radioatividade; passando pelos ensinamentos clássicos da filósofa neoplatônica da antiguidade grega Hipátia; até nomes menos conhecidos da cultura ocidental, mas fundamentais para a ciência mundial, como a cientista chinesa Wang Zhenyi, com suas pesquisas pioneiras sobre eclipses lunares; e a brasileira Célia Xakriabá, referência por seus ensinamentos sobre antropologia e a defesa e valorização da cosmovisão dos povos originários.

“Quisemos mostrar que a ciência não é apenas aquela ciência feita em laboratórios, com tubos de ensaio e equipamentos tecnológicos. A ciência vem também dos saberes tradicionais, por isso escolhemos a Célia Xakriabá, vem também da filosofia, das artes. A ideia da web série é abarcar o máximo de representatividade, mostrando a multiplicidade de descobertas importantes para a humanidade, sempre focadas nas mulheres. Por que na infância, principalmente, a gente geralmente fica à mercê do que vemos na televisão. E a representatividade muitas vezes é baixa”, justifica Lori.

 

 

Distopia e multiverso

Ao longo dos episódios, as crianças também passam a conhecer um mundo diferente das experiências sociais do planeta Terra. O multiverso da cientista Loreta é uma espécie de distopia da nossa sociedade, no qual há certo avanço em relação à equidade de gênero, em uma configuração na qual mulheres não são mais subjugadas. Apesar disso, esse mesmo mundo vive um apocalipse ambiental, sem a existência de terra para as plantações e com todas as geleiras derretidas pelo aquecimento global. Essa realidade faz com que Loreta e os demais seres humanos vivam em cápsulas e se alimentem por meio de comprimidos. 

“A palhaça-cientista Loreta entra em contato com a Lorota na tentativa de salvar o nosso mundo, ao ter um olhar mais atento para a preservação e o cuidado com a nossa saúde. É como se esse mundo da Loreta, onde não existe mais terra fértil para plantio e nem comida, mas ao mesmo tempo apresenta avanços sociais de gênero, fosse um alerta para o futuro que a humanidade vai vivenciar, se não mudar suas práticas. Em um episódio, por exemplo, apresentamos a história da cientista Flemmie Pansy Kittrell, a primeira afro-americana a conseguir um PHD em Nutrição. Aí fazemos um link com o enredo da websérie, que alerta para uma possível falta de alimentos devido à degradação do meio ambiente”, pontua Lori.

Ao final de cada episódio, Lorota e Loreta ajudam as crianças a testarem um experimento curioso, concebido para ser reproduzido de forma divertida em casa, e que apresenta relação direta com os ensinamentos aprendidos em cada vídeo. “Os experimentos são todos realizados com materiais que as crianças têm em casa, como garrafa pet, bicarbonato, barbante, vinagre, coisas simples. A ideia é, a partir da linguagem do audiovisual, das telas, que está inserida na vida das novas gerações de forma muito intensa, mostrar para a criança que o mundo é diverso e que existem várias coisas para serem exploradas e conhecidas. É como se a partir da web série, da tela digital, fosse despertada a vontade de as crianças explorarem o jardim”, completa Lori.

 

 

Cia Caxangá | Lori Moreira

A Cia Caxangá foi idealizada em 2017, com foco na palhaçaria, na música e no teatro, realizando diversas ações artísticas solo e em parceria com outros artistas. Atualmente, a companhia abarca os projetos e criações da atriz, palhaça e produtora Lori Moreira. Pesquisadora da palhaçaria desde 2009, é formada em Teatro Universitário pela UFMG, além de acumular formação de cursos livres do Grupo Galpão e de aprendizados com mestres como Adriana Morales, Biribinha, Ésio Magalhães, Janaína Morse, Babaya, Stephan Brodt (Amok), entre outros.

Desde 2019, a atriz também se dedica à pesquisa em atuação, direção e produção no audiovisual, a partir de experimentações múltiplas relacionadas à palhaçaria e à outras linguagens. Ao longo de sua trajetória, integrou as companhias Cia Circunstância e Circo em Cena e, desde 2017, é integrante e cofundadora da Companhia Caxangá. Em 2021, Lori Moreira estreou o espetáculo solo de rua, intitulado “Valente”. Também é coordenadora dos projetos “Zona de Riso – O riso como ferramenta de fortalecimento para mulheres” e “Palhaça em Ação”, que alia palhaçaria e audiovisual.

 

 

SERVIÇO | CIA CAXANGÁ

Web série “Lorota na Ciência” | Episódio 8 – Wang Zhenyi

Quando. Sábado, 19/8, às 11h, no YouTube

Quanto. Acesso gratuito

 


Manifesto da Expedição CoMMúsica

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