Ó Pai, Ó 2 em corte do real
Ó Pai, Ó 2 em corte do real, marcando os quinze anos de lançamento do filme de origem. Nos cinemas a partir de 23 de novembro.
Cassia Valle – “A força está na coletividade”
São Paulo, 13 de novembro de 2023 – Gosto das metáforas, das mais prosaicas às mais elaboradas e, ainda mais, como surgem no enredo. A primeira delas é a do sonhar, como uma vida possível, apesar dos obstáculos impostos. Um músico preto, o Roque, retoma sua carreira e seu sonho de ter sua voz projetada nas ondas sonoras.
E são muitas as metáforas do cotidiano relatadas e usadas em situações nas quais, muitas vezes, nem nos damos conta de que expressam um território de preconceitos e valores de nosso processo de colonização e dominação branca de toda uma população preta. Apesar de algumas discordâncias, ainda acredito que as metáforas motivem e definam nossas atividades, além de moldar o pensamento.
Para mim, aqui na Expedição CoMMúsica, é lindo demais ver uma encenação sobre a vida de um artista e sua música. Um bando de artistas, técnicos, diretores, roteiristas, assessores e tantos mais absolutamente talentosos. Ó Paí, Ó 2 surpreende.
De sonhos feitos e, às vezes, desfeitos, a trupe é essencialmente composta pelos mesmos personagens da primeira versão, com temas que abordam debates públicos, os quais já não podem mais ser ignorados: a indústria musical, a existência dos grupos LGBTQIA+ e, um paradoxo ainda, as pretas e pretos deste país em um modelo político idealmente democrático.
Mal fiz o primeiro post em uma rede social e já levei um hate indecoroso o suficiente para não ser repetido, mas discutido. Novembro é o mês da Consciência Negra e um período muito apropriado para o lançamento de Ó Paí, Ó 2, pois fortalece a visibilidade e a força do repertório sonoro e musical do Pelourinho, em Salvador (BA). É um caminho longo o suficiente para que mais Ó Paí Ós sejam produzidos e divulgados.
Sincretismo religioso e muitos afetos sobre os dramas individuais e coletivos de um microcosmo capaz de lançar seus reflexos sobre os valores da sociedade brasileira. E estamos nessa, por uma cena política mais participativa e menos representativa, uma democracia menos 50%+1 e mais 100%. (Tuca)
Ó Pai, Ó 2 em corte do real
Protagonizado por Lázaro Ramos, “Ó Paí, Ó 2” é a continuação do longa de 2007 e marca o retorno de Lázaro ao Pelourinho como o cantor Roque, um dos personagens mais marcantes de sua carreira. Com direção de Viviane Ferreira, a comédia chega aos cinemas no dia 23 de novembro, no mês da Consciência Negra. Dira Paes, Érico Brás, Luciana Souza, Tânia Tôko e Lyu Árison retornam ao elenco, além de novos nomes como Luis Miranda. O longa é uma produção da Dueto e Casé Filmes, em coprodução com Globo Filmes e Canal Brasil. A distribuição é da H2O Films.
Mais de 15 anos depois do sucesso do primeiro longa, Roque (Lázaro Ramos) se prepara para lançar sua primeira música e está confiante que irá, finalmente, alcançar a fama como cantor. Enquanto isso, o cortiço de Dona Joana (Luciana Souza) continua agitado em meio a fofocas e confusões entre os novos moradores e vizinhos. Já Neuzão (Tania Toko), perde seu bar, causando uma comoção geral. Mas a animação da turma é grande com as preparações para a Festa de Iemanjá, uma das mais populares do calendário baiano, que concentra uma multidão em Salvador.
A passagem do tempo é vista nos filhos dos moradores do cortiço – bebês e crianças no filme de 2007, agora adolescentes e jovens adultos. Entre eles Salvador (João Pedro), filho de Roque; Michelangelo (Pedro Amorim) e Reginho (Thiago Marinho), filhos de Maria (Valdinéia Soriano) e Reginaldo (Érico Brás); Gisele (Ariele Pétala), filha de Yolanda (Lyu Arisson) e Neuzão (Tânia Tôko).
Filmado no Centro Histórico de Salvador e no bairro do Rio Vermelho, “Ó Paí, Ó 2” utiliza humor e música para abordar temas sociais e denúncias do cotidiano da população pobre e, em sua maioria, negra. A trama vai apresentar novas aventuras dos personagens que marcaram o primeiro longa. Além de Dira Paes, Érico Brás, Luciana Souza, Tânia Tôko e Lyu Arisson, retornam à produção Rejane Maia, Jorge Washington, Cássia Valle, Edvana Carvalho, Vinícius Nascimento, entre outros.
Somam-se ainda ao elenco em participações especiais os atores Luis Miranda, Ricardo Oshiro e Clara Buarque, e representantes da cena musical baiana, como os cantores Russo Passapusso (BaianaSystem), Margareth Menezes, Tiganá Santana, Guiguio Shewell (ex-Ilê Aiyê), Pierre Onassis (ex-Olodum), Nininha Problemática, o grupo Attooxxa e a cantora Alana Sarah.
A diretora Viviane Ferreira (“Um Dia com Jerusa”), segunda mulher negra no Brasil a dirigir individualmente um longa-metragem de ficção, também assina o roteiro ao lado de Elísio Lopes Jr, Daniel Arcades, Igor Verde e colaboração de Luciana Souza, Bando de Teatro Olodum e Rafael Primot. Primeira brasileira a ganhar um prêmio no Festival de Sundance, Lílis Soares (“Mami Wata”) assina a direção de fotografia. O filme tem patrocínio Devassa, marca do Grupo HEINEKEN Brasil, e apoio do Rei do Mate, Calvin Klein e Banco BRP.
Sinopse:
Mais de quinze anos se passaram entre os dois filmes. Agora, Roque (Lázaro Ramos) está prestes a lançar sua primeira música e acredita que vai se tornar um artista de sucesso. Em tratamento psicológico desde o assassinato de seus filhos, Dona Joana (Luciana Souza) volta a aprontar no prédio, mas há quem ache que ela é quem está certa. Já Neuzão (Tânia Toko), perde seu bar para uma turma de caráter duvidoso, causando uma comoção geral. Enquanto isso, os jovens da segunda geração dominam a tecnologia e lutam pela causa negra com atitude regada à música e poesia.
Elenco:
Lázaro Ramos, Luciana Souza, Érico Brás, Lyu Árison, Tânia Toko, Dira Paes, Edvana Carvalho, Luis Miranda e Bando de Teatro Olodum (Valdineia Soriano, Rejane Maia, Cássia Valle, Fábio Santana, Merry Batista, Jorge Washington, Shirley Silva, Naira da Hora, Renan Mota, Leno Sacramento, Gerimias Mendes, Jamile Alves, Ella Nascimento, Cell Dantas, Ednaldo Muniz, Sergio Laurentino, Ricardo Oshiro, Clara Buarque, Thiago Marinho, Vinícius Nascimento, Pablo Pereira, Luh Maza, Lázaro Machado, Gabriela Ávila e os adolescentes: João Pedro, Gian Pedro e Ariele Pétala).
Participações especiais:
Russo Passapusso (BaianaSystem)
Margareth Menezes
Tiganá Santana
Guiguio Shewell
Pierre Onassis
Nininha Problemática
Attooxxa
Alana Sarah
Ficha técnica:
Direção: Viviane Ferreira
Direção de fotografia: Lílis Soares
Direção de Arte: Raquel Rocha
Figurino: Lena Santana
Caracterização: Hávata Serena e Jade Alves
Inspirado na Obra de: Marcio Meirelles
Roteiro: Elísio Lopes, Daniel Arcades, Igor Verde e Viviane Ferreira, com colaboração de Luciana Souza, Rafael Primot e Bando de Teatro Olodum, Luciana Souza e Rafael Primot
Produção Musical: Luiz Brasil
Música Tema: Jarbas Bittencourt
Montagem: Natara Ney e Guta Pacheco
Som Direto: Ana Luiza Penna
Desenho de Som: Beto Ferraz
Mixagem: Armando Torres
Produtores: Augusto Casé, Carlos Martins e Jeffrey Neale.
Produtores Associados: Bando de Teatro Olodum, Lázaro Ramos, José Alvarenga Jr. e Sara Silveira
Produção Executiva: Clarice Philigret e Cláudia Reis
Montagem: Natara Ney e Guta Pacheco
Produtora: Dueto e Casé Filmes
Coprodutora: Globo Filmes e Canal Brasil
Distribuidora: H2O Films