Cavando ideias • Que Bicho é Esse?
Cavando ideias • Que Bicho é Esse? é resenha de espetáculo de Silvia Ferreira em Lima em sua coluna semanal.
Que Bicho é Esse? é o nome de um projeto musical escolhido pelo edital Proac Direto, de autoria da Camerata Jovem de Campinas, que foi se apresentar no Teatro Polytheama. Esse teatro é também conhecido como Teatro Municipal de Jundiaí e há curiosidades dignas de menção, como: construído em 1911, foi reformado pela arquiteta Lina Bo Bardi, já foi considerado o maior teatro do Estado de São Paulo e, anexa ao teatro, desde 2008, existe a galeria de Arte Fernanda Perracini Milani que já recebeu exposições de artistas ao redor do mundo. Atualmente, reformado, esse teatro possui um espaço amplo e invejável para concertos ou exposições.
Durante o espetáculo, o diretor artístico e regente, Moisés Cantos, manteve um diálogo constante com a plateia, explicando logo de início que o título ‘Que Bicho é Esse?’ surgiu desde que em roda de amigos e familiares, os músicos, como o regente, estavam cansados de serem questionados sobre o que vinha a ser uma camerata. Para aproximar a música de orquestral de câmara do amplo público, escolheram um repertório de rock anos 80, músicas das bandas Queen, Beatles, Rolling Stones entre outros conhecidos sucessos populares internacionais. A execução contou com guitarra, baixo elétrico, piano e bateria, além dos instrumentos que comumente compõem uma orquestra.
É interessante lembrar que os músicos e compositores do Queen, por exemplo, tinham conhecimento de música erudita, inclusive utilizaram instrumentos de música erudita para iniciarem ou tocarem muitas de suas músicas. Aliando-se aos músicos, também estavam presentes as solistas Ellen Freitas e Ana Luísa Nobre.
Moisés Cantos apresentou sua musa à plateia e nos regeu, enquanto percussão de palmas e batidas de pés para acompanhar o ritmo do rock conhecido e até mesmo para cantar. As músicas todas mais conhecidas foram: The Best of Queen; Don´t Stop Believing; The Best of ABBA; You´re the inspiration; California Dreaming; Bohemian Rapsody; Dust in the Wind; Stairway to Heaven; Twist and Shout, entre outras. O diretor e maestro também apresentou seu spalla Rodrigo Leite, um dos violinistas, que substitui o maestro na regência.
Infelizmente não posso exagerar colocando aqui os links referentes a todas as músicas acima. Mas valeram a pena!
Achei maravilhoso o trabalho da Camerata Jovem de Campinas, que se apresentou no Teatro, local que conheci nesta ocasião, e sugiro que todos os artistas o conheçam: músicos, dançarinos, atores, artistas visuais. No site do Teatro Polytheama há formulário para inscrições para apresentações, espetáculos e exposições. Para o ano de 2022, não mais vagas, mas em 17 de janeiro de 2023, as inscrições serão reabertas.
Fiquei muito feliz em sentir que a vida realmente está voltando ao normal, com os músicos e artistas podendo voltar a trabalhar e tendo público para assistir e se emocionar com as apresentações. Além de aprender, porque quanto mais vamos ao teatro, aos shows, aos espetáculos, mais aprendemos com os trabalhos dos artistas. Mais carregamos um pouco de criatividade, alegria e emoção para nossas vidas, que ficaram tão enclausuradas nestes tempos pandêmicos. Podemos recuperar nossa alegria de viver!
Todos os músicos da camerata foram muito simpáticos para nos darem acesso a fotografias no final do espetáculo. Mas confesso que como este foi o primeiro show a que fui desde o fim do isolamento, eu ainda estava bem reticente até mesmo para tirar fotografias. Então, a única imagem que adicionei foi a do libreto.
Mas recomendo tudo: visitar o Teatro Polytheama em Jundiaí, assistir a um espetáculo musical como este e ser feliz!!
Serviço:
Teatro Polytheama – Jundiaí/São Paulo